Nomeia-se como MEDICALIZAÇÃO, o processo de conferir uma aparência de problema de saúde à questões de outra natureza, geralmente social. Não se restringe ao âmbito da medicina e dos tratamentos medicamentosos, mas diz respeito também a campos de outros profissionais da saúde, como psicólogos, fonoaudiólogos, farmacêuticos, assistente social, pedagogos e demais profissionais da área educacional. O termo PATOLOGIZAÇÃO, tem sido utilizado com significado semelhante.
Desde 2007, ocorre no Brasil, um movimento que busca confrontar os fenômenos da patologização e da medicalização, aos quais se encontram vulneráveis, crianças e adolescentes do nosso país. Através desta discussão, percebeu-se que tais processos são crescentes no mundo contemporâneo, assumindo proporções surpreendentes a cada dia.
As diferenças que caracterizam e enriquecem a humanidade, são tornadas transtornos. Desigualdades são escamoteadas, transformadas em doenças. As questões coletivas, de ordem política, social, econômica, cultural, afetiva, que afligem milhões de pessoas, são transformadas em individuais, e representadas como doenças, transtornos e distúrbios.
A medicalização desta forma, tem assim cumprido o papel de controlar e submeter pessoas, abafando questionamentos, desconfortos, conflitos, sofrimentos; cumpre inclusive com o papel ainda mais perverso de ocultar violências físicas e psicológicas, transformando as vítimas em portadores de distúrbio de comportamento e aprendizagem.
Com a consciência de que é necessário dar visibilidade ao tema, trazemos esta discussão ao nosso município através deste evento, objetivando assim, colocar Varginha e profissionais que a representam nesta discussão, que hoje é de âmbito internacional. Discussão esta, de cunho extremamente relevante na busca do que entendemos ser realmente saúde.
